Pensar o grotesco na contemporaneidade é visualizar um fenômeno dado no mundo, e, portanto, não apenas um efeito estético-artístico. A partir dessa percepção, revisitam-se concepções canônicas do grotesco, desenvolvidos por Victor Hugo, Wolfgang Kayser e Mikhail Bakhtin. Se para o escritor francês o grotesco é a modernidade religiosa; para o alemão tem a ver com uma estética individualista;  e, para o russo, é um universo às avessas do mundo real. A proposta aqui é  uma visada sobre o fenômeno do grotesco na contemporaneidade a partir de diferentes manifestações de arte e mídia, o que exige uma relação com a política. Para tal apreciação, além dos autores canônicos sobre o grotesco, adota-se o pensamento desenvolvido por Jacques Rancière em obras anteriores e, fundamentalmente, em A Partilha do Sensível. Além disso, algumas reflexões de Giorgio Agamben em seu Estado de Exceção contribuirão para associar fenômenos estéticos à barbárie e à violência do cotidiano. A justificativa para tal pesquisa é a hipótese de que as diferentes mídias estão subvertendo formas e conceitos na contemporaneidade. Tal subversão passa necessariamente pela política das artes e das imagens.